Parque Estadual do Sumidouro recebe arqueólogo pesquisador da Universidade da Alemanha
O pesquisador arqueólogo André Strauss que é formado pela USP em São Paulo e atualmente faz doutorado na Universidade de Leipzig na Alemanha, ministrou a palestra (nas datas acima) que abordou o tema da arqueologia na região de Lagoa Santa. André, que já realizou pesquisas dentro do parque, atualmente trabalha na Lapa do Santo, em Mocambeiro, localizada no entorno da Unidade com o projeto “As práticas mortuárias dos primeiros americanos”, iniciado em
O projeto tem como objetivo principal descobrir o modo com que os fósseis
encontrados eram enterrados e se havia alguma prática ou ritual neste momento.
“Nosso projeto vem com novos questionamentos que até então não eram
considerados como principais nas pesquisas de arqueologia. Foram 150 anos na
região focados em dois pontos: a coexistência do homem com a megafauna e a
temporalidade dos fósseis. Nossa equipe tem questionamentos mais simbólicos
como a questão do sepultamento humano. Sempre fui fascinado com estes aspectos.
Entendo que hoje em dia estes pontos simbólicos de subsistência e os estilos de
vida devem ser mais estudados”, afirmou o pesquisador que atualmente
está com uma equipe de colaboradores da USP e coordena a pesquisa.
O sítio arqueológico da Lapa do Santo foi descoberto em 2001, através do Projeto “Origens” (realizado entre 2000 e 2009), coordenado pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais Walter Neves, quando pesquisadores tentavam encontrar novos sítios em busca de fósseis. Para André Strauss, que também participou do projeto “Origens”, a Lapa do Santo foi a melhor descoberta. “Foi a melhor surpresa. Primeiro porque era um sítio virgem, ou seja, nenhum outro pesquisador havia escavado ou mexido antes de nós e segundo que é uma área com um potencial muito bom. A intensidade da ocupação aqui na Lapa é muito maior do que os outros sítios encontrados” disse. O local foi trabalhado pelo projeto do professor Walter Neves e depois que as pesquisas foram encerradas, o sítio foi reaberto para o novo projeto do André que será realizado até 2014.
Ao todo já foram encontrados 30 sepultamentos e dois deles estão sendo escavados no momento. Segundo André, pelas diversas formas com que eles estão sendo encontrados é possível dizer que há aproximadamente sete mil anos (data estimada para os fósseis que ainda não foram datados cientificamente) já existiam rituais nos sepultamentos. “Pela forma em que encontramos os fósseis, acreditamos que eles deviam seguir regras no momento do sepultamento ou faziam rituais e ofereciam ao seu Deus. Percebo que eles seguiam uma lógica para tratar os mortos. A maior esperança do projeto é conseguir fazer o DNA desses fósseis”, comentou.
Ele ainda agradeceu ao Parque pelo apoio oferecido “Só consegui vir porque o Parque nos cedeu uma base onde podemos trabalhar o nosso material dentro da casa. O que é perfeito. Todo o processo é realizado lá” concluiu.
Como complemento da palestra, foi oferecido aos participantes uma visita técnica no local de escavação nos dias 07,21 e 23 de julho para conhecer todo o processo e trabalho realizado pelo André e sua equipe de colaboradores.
Escrito por: Marianita Saraiva
Fotos (visita técnica) Luisa Cota
O sítio arqueológico da Lapa do Santo foi descoberto em 2001, através do Projeto “Origens” (realizado entre 2000 e 2009), coordenado pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais Walter Neves, quando pesquisadores tentavam encontrar novos sítios em busca de fósseis. Para André Strauss, que também participou do projeto “Origens”, a Lapa do Santo foi a melhor descoberta. “Foi a melhor surpresa. Primeiro porque era um sítio virgem, ou seja, nenhum outro pesquisador havia escavado ou mexido antes de nós e segundo que é uma área com um potencial muito bom. A intensidade da ocupação aqui na Lapa é muito maior do que os outros sítios encontrados” disse. O local foi trabalhado pelo projeto do professor Walter Neves e depois que as pesquisas foram encerradas, o sítio foi reaberto para o novo projeto do André que será realizado até 2014.
Ao todo já foram encontrados 30 sepultamentos e dois deles estão sendo escavados no momento. Segundo André, pelas diversas formas com que eles estão sendo encontrados é possível dizer que há aproximadamente sete mil anos (data estimada para os fósseis que ainda não foram datados cientificamente) já existiam rituais nos sepultamentos. “Pela forma em que encontramos os fósseis, acreditamos que eles deviam seguir regras no momento do sepultamento ou faziam rituais e ofereciam ao seu Deus. Percebo que eles seguiam uma lógica para tratar os mortos. A maior esperança do projeto é conseguir fazer o DNA desses fósseis”, comentou.
Ele ainda agradeceu ao Parque pelo apoio oferecido “Só consegui vir porque o Parque nos cedeu uma base onde podemos trabalhar o nosso material dentro da casa. O que é perfeito. Todo o processo é realizado lá” concluiu.
Como complemento da palestra, foi oferecido aos participantes uma visita técnica no local de escavação nos dias 07,21 e 23 de julho para conhecer todo o processo e trabalho realizado pelo André e sua equipe de colaboradores.
Escrito por: Marianita Saraiva
Fotos (visita técnica) Luisa Cota